Tentativas de assassinato, conspirações mirabolantes, histórias mais alucinantes dignas de filmes de Hollywood, de repente tomam conta da mente humana. Sem saber diferenciar o que é real e o que é delírio, no auge do desespero muitos cometem suicídio. Cenas como essas são típicas de pessoas que estão passando por uma crise de esquizofrenia, doença mental incurável que afeta o raciocínio e as emoções.
De acordo com especialistas a esquizofrenia é uma doença genética, passada de pai para filho, mas que também ninguém está livre de desenvolvê-la. Já que o surto psicótico é o aumento de uma substancia do cérebro chamada dopamina, quando em excesso causa uma série de sintomas que o individuo deve ser medicado. A esquizofrenia acontece principalmente entre 17 e 30 anos de idade. De acordo com o Ministério da Saúde 1,5 milhão de pessoas sofrem de esquizofrenia no Brasil.
Os episódios ou surtos da esquizofrenia só acontecem se tiver um fator desencadeante, associados ao estresse muito grande, desidratação, infecções, uso de substâncias químicas que geram estresse dentro do cérebro como a maconha, cocaína e até remédios para emagrecimento.
O indivíduo passa a ter sintomas, delírios e alucinações. O esquizofrênico tem percepções que estão fora do
normal, vê coisas que não existem, ouve coisas que não estão acontecendo, vozes do além, paranóia de estar sendo perseguido, como também desorganização do pensamento. Além disso, passa a ter um retraimento social, evitam contatos com os amigos, familiares, não tendo interesse para trabalhar, estudar. Portadores de esquizofrenia ainda podem ter alucinações táteis, como se insetos estivessem rastejando em sua pele.
Sem tratamento, sem o amparo da família, uma vítima da esquizofrenia pode viver como mendigo, perambulando pelas ruas, gritando e gesticulando.
Não existe cura para a doença, mas existe controle. Uma pessoa portadora da doença fazendo acompanhamento médico apropriado poderá ter uma vida normal, voltar a trabalhar, estudar, ter uma vida social que nem como tinha antes da doença ter se manifestado. O tratamento inclui uma combinação de medicamentos chamados antipsicóticos, psicológicos e sociais.
Por a esquizofrenia ser uma doença que não tem cura é muito importante não interromper o tratamento até mesmo depois dos sintomas terem desaparecidos, porque existe uma probabilidade alta dos surtos voltarem, entrar em crise enquanto o paciente está sem medicamento e cada episódio pode ser pior.
Ricardo
Um comentário:
Meu irmão era o mais velho, sempre tive entrosamento e cumplicidade com ele quando conversávamos. Ele viveu muitas crises existenciais. Como estava envolvida com a igreja (Católica na época), então eu tentava dar esperança e força para o meu irmão, apesar da diferença de nossa idade, eu era "prodígio" em aconselhamento... Ele sofreu várias perdas: área sentimental, na área profissional (abandonou Academia do Barro Branco da PM), deixou os esportes (era maratonista, corria na São Silvestre, ciclista, fazia natação, gostava de viajar para o litoral, jogava futebol, torcia para o São Paulo). Eu não sabia que era um problema espiritual em minha família, nem passava pela minha cabeça sobre a existência dessa doença. Como a Palavra na Bíblia ensina: sofremos por falta de conhecimento/entendimento (Isaías 5:13a). Ele se trancava no quarto, no escuro, sem comer, sem falar com ninguém, sem trocar de roupa ou tomar banho. Os peritos do INSS e alguns psiquiatras vinham para dar baixa no cumprimento, mas não ajudavam, e meu irmão não aceitava falar com ninguém. Nunca tivemos condições de pagar pelo tratamento. Morávamos com meu avô (materno), ele era da Igreja Metodista (a família dele não aceitava isso), havia um casal dessa igreja que visitava nossa casa, creio que Deus levantou pessoas para interceder por nós. Meu irmão iniciou o tabagismo, isso "aliviava" suas crises violentas, mas quando faltava o cigarro, era terrível. Mas apesar disso, ele tinha um excelente raciocínio, inteligência, percebíamos isso quando ele tinha alguns momentos de melhora, ele gostava de cozinhar, de assistir futebol pela tv, de jogo de botão. Decidi buscar mais a Deus, em várias religiões, sofri muita decepção, sempre me deparava com as atitudes erradas das pessoas, custei entender que o socorro só vem de Deus, porque eu não queria conhecer e ter comunhão com Deus, verdadeiramente. Não sei como mas aconteceu que quase sempre ele ia na tv, tirava da novela e colocava na Band para assistirmos o Show da Fé, com o Missionário R. R. Soares. Não gostávamos disso, mas deixávamos e aos poucos absorvíamos a Palavra de Deus. Ele gostava, um dos louvores preferidos (Santo Nome do Carlinhos Félix era um dos preferidos: http://letras.terra.com.br/carlinhos-felix/385022/). Aprendi a orar, a ler a bíblia, me fortalecer. Ele (e minha mãe) abandonaram o cigarro completamente, isso foi resposta das minhas orações. Em 2008, começou a apresentar dores não dizia exatamente onde, não se alimentava direito, ficava prostrado por várias horas na cama. Em janeiro de 2009, após clamar a Deus, pedi oração na Igreja, ele consentiu ir ao hospital. Realizou vários exames e o diagnóstico: câncer de estômago avançado. Infelizmente, ele teve outras complicações e veio a falecer em 16.02.2009. Antes de ser internado, ele expressou muita lucidez, abraçou minha mãe, perdiu perdão por muitas coisas, se comportou com muita mansidão, aceitando todos os remédios, sem murmurar, sem brigar. Eu pude expressar todo carinho, admiração, aconchegá-lo em meus braços, com orações e canções que aprendi na igreja, que também traziam paz para os outros pacientes. Sinto uma saudade imensa dele. Creio que no seu íntimo ele aceitou Jesus sim, o Senhor me confirmou isso pelo Salmos 84: Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar (Salmo 84:10a), ainda que no final de sua vida, ele provou que viveu a libertação, o amor, perdão, mansidão, lucidez. Hoje, ainda tenho duas irmãs que estão buscando a libertação dos mesmos sintomas, mas eu creio na consolação e força de Deus - Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. (2Co 1:3,4).
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