sábado, 16 de abril de 2011

GRANDES VERDADES 13 E 14 FINAL

13. O rico

Percebo na história de Francisco de Assis que aquela frágil figura que se comparava ao mais simples da natureza, aquele pequeno e desprezível ser, torna-se um gigante a olhar para o alto e fazer descer o Papa de seu trono. Não foi o olhar contestador ou mesmo um resmungador descontente, mas a medida que fez ver ao Papa de onde poderia cair com aquelas ricas vestes.

O jovem Francisco o lembrou, com um simples olhar, do deserto das tentações de Jesus, do pináculo do templo onde os cheios de certezas vislumbram aqueles dos quais se destacam por se despir de fraternidade. Esta história nos lembra que foram os anciões que decidiram a morte do jovem Jesus. Ora, os seres realmente espirituais são pacificadores, e não somente pacíficos! As pessoas realmente espiritualizadas têm em si a consciência de sua própria fragilidade, e da fragilidade de suas próprias certezas, assim nunca se acham comparando os outros a si mesmo, pois não servem de modelo de certeza e verdade. Quando essa situação não existe, a experiência e a sabedoria dos mais velhos se transforma em insultos, a autoridade vira violência, a relação entre as gerações um choque permanente e até mesmo a comunhão vira uma utopia cada vez mais distante. Não é preciso dizer ao filho de José e de Maria, ao irmão de Tiago que antes de tecer uma crítica ele terá que crescer, pois não se está fechado em um estado fariseu dentro de nossa suficiência, ao contrário, nos encontramos como Lázaro, sem nada sabermos até que Cristo mande rolar a pedra que nos aprisiona em um túmulo escavado em rochas por mãos humanas, e alegremente agradecermos que os outros nos ensinem e que retirem as faixas que nos prendem em nossos próprios conceitos e certezas. Jesus nos observa que somos incapazes de nos libertar, que a verdadeira suficiência para liberdade vem de Deus, liberdade pela palavra de vida, da vida humana que é a real palavra de seu Espírito.

14. Detenho-me

Detenho-me agora em uma pergunta que surgiu durante uma conversa com um conhecido. O que temos feito para Deus além de orar, louvar e adorar? Não sei por que as atitudes de religião estão se resumindo a manter os crentes dentro das congregações.. Que religião é essa que aprisiona os crentes com vigílias como se estivessem reconstruindo o templo para Esdras, que os leva a fazerem elos de correntes como se estivessem prisioneiros no cativeiro da deportação da babilônia de Nabucodonosor, que tanto faz os crentes ficarem de joelhos quando o criador os habilitou com pés para andar, mãos para agir e cabeça que deveria pensar. Que está acontecendo nas ditas “igrejas” que usam os “demônios” como personagens de marketing para produzir reuniões diurnas? Que ofertas são estas pedidas com um valor mínimo de vinte reais? OFERTAS ? Que pastorado é esse que só ora pelos irmãos cujos nomes estão escritos em um envelope no qual foram enviados os dízimos? Que óleos santos e milagrosos são esses produzidos com azeite de oliva cuja fórmula contém 70% de soja?Detenho-me !

 

Ricardo

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